MEUS OITO ANOS
de Casemiro de Abreu
.
Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
De baixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino de amor!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas,
À roda ds cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
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