Volta a cantar no tronco da mangueira,
Mais corpulenta agora e mais sombria,
Essa mesma cigarra cantadeira
Que o ano passado eu tantas vezes ouvia.
.
Ébria dos quentes raios da soalheira.
A pompa sideral do meio-dia
Celebra, e enquanto a luz abrasa, e cheira
O mato verde, chia! chia! chia!
.
Canta alma de ouro! Teu verão radiante
Tornou, tornou teu sol glorioso e lindo;
O meu declina, não quer mais que eu cante.
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Oh! como invejo este hino alto e canoro (melodia suave)
Que, reiterado, entoa ali, zinindo,
A cigarra da chácara onde moro.
.Nicéas Romeo Zanchett
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