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domingo, 4 de abril de 2021

MEUS OITO ANOS - por Casimiro de Abreu


Acabei de encontrar esta tela que eu pintei dia 13/10/78- no aniversário de três anos do nosso amado filho. Nesta época nós morávamos  na "praia da Barra da Tijuca" que tinha o nome de Avenida Sernambetiba. Uma época maravilhosa de nossa vida. 
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MEUS OITO ANOS 
de Casimiro de Abreu.
Casimiro josé Marques de Abreu, poeta brasileiro, nasceu em S. João da Barra, na então província do Rio de Janeiro, a 4 de Janeiro de 1837 e faleceu a 18 de Outubro de 1860. A sua vocação de poeta foi tenazmente contrariada e combatida por seu pai . Esta oposição teve uma influência nefasta na sua saúde já combalida e uma viagem que fez a Lisboa pouco lhe aproveitou. Escreveu Canções do E Exílio (1854); As Primaveras (1859); Camões e o Jau, cena dramática; dois romances: A virgem loura e Camila, que deixou inédito. 
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MEUS OITO ANOS 
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida, 
Que os anos não trazem mais! 
Que amor, que sonhos, que flores, 
naquelas tardes fagueiras, 
À sombra das bananeiras, 
Debaixo dos laranjais! 
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Como são belos os dias 
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência 
Como perfumes a flor; 
O mar é - lago sereno, 
O céu - um manto azulado, 
O mundo - um sonho dourado, 
A vida - um hino d'amor!
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Que auroras, que sol, que- vida, 
Que noites de melodia 
Naquela doce alegria,
 Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas, 
A terra d'aromas cheia, 
As ondas beijando a areia, 
E a lua beijando o ma!
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Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
 Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias 
De minha mãe as carícias, 
E beijos de minha irmã!
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Livre filho das montanhas, 
Eu ia bem satisfeito, 
Da camisa aberto o peito, 
- Pés descalços, braços nus, 
Correndo pelas campinas, 
À roda das cachoeiras, 
Atrás das asas ligeiras 
Das borboletas azuis!
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Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas, 
Trepava a tirar as mangas, 
Brincava à beira do mar;
Rezava as Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo, 
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
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Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida, 
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores, 
Naquelas tarde fagueiras
À sombra das bananeiras, 
Debaixo dos laranjais!
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Nicéas Romeo Zanchett 
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Espera-se sempre em vão gozar a vida, e por fim, tudo quanto de faz - é suportá-la - Voltaire
 

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