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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

O CACHORRINHO PERDIDO - Stella Mead

 .


Quem terá visto meu cachorrinho,

De rabo preto e preto focinho? 

Abana a cauda se está contente, 

Mostrando agrado, perto da gente.

.

A cozinheira, de manhãzinha, 

Viu-o latindo para a gatinha; 

Às dez em ponto, "Seu" Serfim; 

Viu-o dormindo la no jardim. 

.

"Seu" Serafim, que é meu amigo, 

foi procurá-lo, então, comigo; 

Mas não achamos meu cachorrinho. 

Com estou triste: Pobre bichinho!

.

Ao açougueiro, quando chegou,

Logo indaguei se o avistou, 

- Não, respondeu o rapazinho.

Hoje não vi seu cachorrinho. 

Que medo eu tenho só de pensar 

Que um carro o pode atropelar!

.

Quem terá visto meu cachorrinho 

De rabo preto e preto focinho? 

Abana a cauda, se está contente, 

Mostrando agrado perto da gente. 

.

Titia tem bom coração: 

Deu duas voltas no quarteirão

E perguntou a toda gente

Se alguém o viu - inutilmente!

.

A cozinheira , junto de mim, 

Chegou, então, falando assim: 

- Ah! meu menino. Que novidade!

Totó andou pela cidade

Dentro do carro que veio trazer

Presunto e ovos pra se comer. 

O enregador foi apanhar

As encomendas para deixar;

O carro aberto ele esqueceu

E veja só o que aconteceu: 

Sentindo cheiro de porco assado

Totó pulou logo, assanhado, 

E fi assim que o cachorrinho 

Se viu levado pelo homenzinho..

.

Só muito tarde, no fim do dia, 

Foi que o ouviu, quando latia; 

Abriu o carro, muito espantado, 

E o encontrou, pobre coitado! 

Veio trazê-lo, então, nesta hora

E aqui chegou, pois, sem demora. 

.

E, assim, achei meu cachorrinho, 

De rabo preto e preto focinho, 

Que abana a cauda, se está contente, 

Mostrando agrado, perto da gente. 



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